Quando a Covid-19 chegou na comunidade quilombola Mimbó, na zona rural de Amarante ( 172 km de Teresina), a pandemia atingiu sua população de 600 habitantes e rapidamente foram registrados 60 casos e três mortes.
O impacto foi tão grande que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) e o Ministério da Saúde vacinaram toda a população com a primeira dose da AstraZeneca, a partir dos 18 anos de idade, no dia 24 de março, e vão aplicar a segunda dose no dia 24 de junho, três meses depois.
O caso de Quilombo do Mimbó é um eloquente exemplo sobre a eficácia da vacinação contra a Covid-19. Desde o dia 24 de março, quando os integrantes das 173 famílias da comunidade quilombola foram vacinados com a primeira dose, apenas uma mulher contraiu Covid-19, seu quadro de saúde ficou grave, foi internada em hospital, mas já está recuperada.
O agente comunitário de saúde e pedagogo Rodrigo José Miranda de Brito disse que a vacinação já teve grande resultado só com a primeira dose da vacina contra a Covid-19. "Essa vacinação, que teve como prioridade a comunidade quilombola, teve resultado porque todos os moradores, de 18 anos a 90 anos em diante, isto é todos os vivos, receberam a primeira dose", afirmou Rodrigo José Miranda de Brito.
"Agora, a gente vai tomar a segunda dose e a nossa palavra hoje é gratidão. Estamos sempre reforçando os cuidados como o uso da máscara, álcool e gel, sempre lavando as mãos", afirmou Rodrigo José. "Menos de três meses, nós tivemos um resultado positivo da vacinação contra a Covid-19", completou.
A comunidade quilombola do Mimbó foi fundada há 200 anos, por dois casais de escravos que fugiram juntos de Pernambuco, caminhando até a região de Amarante, no Piauí. Os quatro escravos viveram por anos em cavernas, próximo ao riacho Mimbó, para se esconder dos seus perseguidores. Quando perceberam que eram perseguidos pelos brancos, decidiram atravessar o riacho do Mimbó, região de 800 metros de altura. Os atuais habitantes de Mimbó são netos e bisnetos de escravos.
Com informações do MN
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