A Polícia Federal deflagrou nessa quarta-feira (28) a Operação Águas Rasas, que investiga a transferência irregular de mais de 120 títulos eleitorais no município de Elesbão Veloso, a cerca de 160 km de Teresina. O principal alvo da operação é um candidato a vereador, que é funcionário terceirizado da Agespisa, Flávio Jose, conhecido como Pinto Moura (PT) que concorre à reeleição. Transferência de títulos irregulares: PF investiga 22 denúncias contra 8 candidatos em todo Piauí.
De acordo com a PF, foram cumpridos três mandados judiciais de busca e apreensão na cidade. A investigação, iniciada neste mês, apura um esquema de transferência fraudulenta de domicílio eleitoral para Elesbão Veloso, realizado por meio da apresentação de comprovantes de residência ideologicamente falsos.
"A operação identificou que o principal alvo dos mandados, na condição de funcionário de um órgão de prestação de serviços públicos e candidato a vereador, recrutava eleitores de outras cidades para formalizarem requerimentos de alteração de seus domicílios eleitorais (RAE). Ele também era o responsável pela inserção de dados falsos no sistema, resultando na produção de certidões materialmente verdadeiras, mas com endereços fictícios", destacou a PF em nota.
Vereador se manifesta
Pinto Moura que é candidato à reeleição gravou um vídeo dizendo que está tranquilo e que vai continuar sua campanha.
“Tranquilo, calmo. Quem não deve não teme. Estamos aqui de boa, tranquilo. Um abraço a todos, vamos para luta, vamos trabalhar mais forte ainda”, afirmou o vereador pelo PT, no município.
Ainda segundo a Polícia Federal, 41 eleitores foram inicialmente identificados como tendo formalizado pedidos de transferência mediante fraude, o que levou ao indeferimento desses requerimentos pelo Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TRE-PI). Além disso, outros 85 requerimentos ainda estão sob suspeita. Os envolvidos poderão ser responsabilizados pelos crimes de alistamento fraudulento, falsidade ideológica para fins eleitorais, inserção de dados falsos em sistema de informação e associação criminosa, com penas que podem chegar a 25 anos de reclusão.
Os mandados foram expedidos pela 48ª Zona Eleitoral.
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