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Procissão marca encerramento dos festejos de Santa Cruz dos Milagres

A procissão teve início às 16h, com abertura feita pelo Arcebispo Metropolitano Dom Juarez Marques e percorreu ruas de Santa Cruz dos Milagres, passando pelo Olho d'água dos milagres e retornando ao Santuário.

16/09/2024 às 11h08 Atualizada em 20/09/2024 às 09h36
Por: Redação
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Fotos: Roberto Araújo / Cidadeverde.com
Fotos: Roberto Araújo / Cidadeverde.com

Milhares de fiéis participaram no último sábado (14) das missas e da procissão pelo dia da Exaltação da Santa Cruz na cidade de Santa Cruz dos Milagres, situada a cerca de 180 km de Teresina. A procissão marca o encerramento dos festejos, que se iniciaram no dia 5 de setembro, e é considerada a maior romaria religiosa do Piauí e a terceira maior do Nordeste - atrás apenas das romarias cearenses em devoção a Padre Cícero, em Juazeiro do Norte, e a São Francisco, em Canindé.

A procissão teve início às 16h, com abertura feita pelo Arcebispo Metropolitano Dom Juarez Marques e percorreu ruas de Santa Cruz dos Milagres, passando pelo Olho d'água dos milagres e retornando ao Santuário.

Promessas, agradecimentos, e pedidos são o que movem os tantos romeiros vindos de diversas partes do Piauí, e até de outros estados. Pagando promessa, o agricultor Olindo Batista conta que há 40 anos prepara refeições e dá para os romeiros. Ele é de Água Branca e também organiza grupos de romeiros para levar até Santa Cruz. Ele conta que assumiu esse compromisso quando ainda era jovem, foi com os pais para Santa Cruz, e tiveram dificuldade para se alimentar. Ele conta que a família é devota de Santa Cruz e tiveram graças alcançadas.

“Muitas pessoas da minha família tiveram graças alcançadas, tem muita gente que diz que isso é um trabalho grande, mas para mim não é trabalho, é um prazer de estar cozinhando pra esse monte de gente”, disse.

Histórias de fé e devoção são muitas. O funileiro Manuel Rufino veio de Teresina e conta que, aos 81 anos, trouxe filhos e netos. Ele relata que desde criança - quando adoeceu e, depois de uma promessa da mãe, foi curado - vem com os pais. Ele lembra que por muitas vezes fez o trajeto a pé e de jumento.

“Eu vinha pra cá por 30 anos a pé, com minha família, os meninos tudo pequenos, colocava tudo num jacá no jumento, e vinha bater aqui. Ai depois que minha mulher adoeceu, vim pra cá de ônibus e carro”, citou.

Assim como o Manuel e a família, dezenas de romeiros ficam hospedados durante os dias das festividades na ‘Casa dos Romeiros’, um espaço disponibilizado pela igreja para que os visitantes fiquem hospedados. No local, há banheiros, uma cozinha, e espaços para os romeiros armarem as próprias redes.

No entanto, o local não atende a demanda, e são vários os que vão e ficam em acampamentos improvisados ou apenas armam redes em árvores. A estimativa é que dezenas de milhares de romeiros passem por Santa Cruz dos Milagres neste período. De acordo com o reitor do Santuário de Santa Cruz dos Milagres, padre Raniery Moura, não é possível confirmar com precisão quantas pessoas participam porque muitos romeiros pagam suas penitências de forma individual.

“Hoje as pessoas que visitam o Santuário fazem ‘bate-volta’, vem rezar um dia, retornam pra sua cidade de origem, outras fazem a opção de vir na abertura, dia 5 e hoje encerramento dia 14. Não tem como precisar quantas pessoas passaram porque nem todo mundo que vem a Santa Cruz participa da Santa Missa, muitos fazem eventos devocionais, rezam o terço à volta, no entorno do santuário, como a descida da escadaria até o olho d’água”, explicou.

A devoção à Santa Cruz

A tradição diz que, ainda no século XIX, um beato teria aparecido a um vaqueiro da região e pedido que ele fincasse uma cruz, feitas com galhos de uma árvore de aroeira. O vaqueiro teria dito ser impossível, já que o local era um monte rochoso. O beato, então, com as mãos tirou uma parte da pedra, e fincou a cruz, dizendo que ali seria um lugar de milagres. Em seguida, mostrou ao vaqueiro um olho d’água até então desconhecido. Um tempo depois, a lenda diz que o vaqueiro estava com a filha doente, e que apesar de várias rezas e promessas, não tinha se curado. Foi aí que resolveu leva-la para ser banhada na água do olho d’água e fez um pedido à cruz. Com a cura da menina, iniciou a devoção à Santa Cruz, que se espalhou para outras regiões.

A cruz de madeira permanece na pequena capela, no alto do monte onde foi colocada inicialmente. E o olho d’água permanece como lugar onde fiéis pegam água para tomar banho ou passar em locais com enfermidades.

 

*Com informações do Cidade Verde

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