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Justiça prorroga prisão temporária de influenciadores suspeitos de divulgação de jogos de azar

Na decisão, a Justiça entendeu que a prorrogação por mais cinco dias é necessária devido à “falta de colaboração” dos influenciadores com as investigações. Suspeitos se mantiveram em silêncio, diz delegado.

13/10/2024 às 23h47 Atualizada em 16/10/2024 às 09h10
Por: Redação
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Justiça prorroga prisão de influenciadores suspeitos de divulgação de jogos de azar — Foto: Arquivo pessoal
Justiça prorroga prisão de influenciadores suspeitos de divulgação de jogos de azar — Foto: Arquivo pessoal

A Justiça do Piauí prorrogou, por mais cinco dias, as prisões temporárias de sete influenciadores digitais suspeitos de divulgar jogos de azar nas redes sociais e presos na Operação Jogo Sujo II, deflagrada na última quarta-feira (9) em Teresina, Timon (MA) e Caxias (MA).

Os influenciadores que tiveram a prisão temporária prorrogada são:

  • Pedro Lopes Lima Neto (Lokinho);
  • Marta Evelin Lima de Sousa (Yrla Lima);
  • Brenda Raquel Barbosa Ferreira;
  • Letícia Ellen Negreiro de Abreu;
  • Milena Pâmela Oliveira Silva;
  • Diogo Macedo Basílio (Diogo Xenon);
  • Douglas Guimarães Pereira Neves.

Na decisão, o juiz Valdemir Ferreira Santos, da Central de Inquéritos de Teresina, afirmou que a prorrogação solicitada pela Polícia Civil do Piauí (PCPI) se faz necessária devido à “falta de colaboração” dos influenciadores com as investigações.

“A prorrogação da prisão temporária dos investigados revela-se indispensável também pela falta de colaboração destes com as investigações. Até o presente momento, os suspeitos não forneceram informações que possam contribuir para o esclarecimento dos fatos, adotando uma postura que dificulta o avanço das apurações”, escreveu o juiz.

Segundo o delegado Humberto Mácola, titular da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI), os investigados se mantiveram em silêncio e não forneceram nenhuma informação desde que foram presos.

Na visão do juiz, há o risco de que, caso os investigados sejam liberados, possam “ocultar ou destruir provas”. O magistrado apontou ainda que os influenciadores apresentaram “condutas de extrema gravidade” de forma reiterada e causado um “sério problema de saúde pública”.

A Justiça entendeu que os influenciadores, por meio de publicidade enganosa, levaram os usuários que seguem seus perfis nas redes sociais a desenvolver uma dependência pelos jogos de azar, impulsionados por uma falsa expectativa de enriquecimento rápido.

“Além disso, a atividade ilícita não apenas causa endividamento das vítimas, mas também está ligada a crimes graves, como lavagem de dinheiro e associação criminosa. Esse conjunto de fatores, associado à extensão e à habitualidade das práticas, configura a gravidade concreta das condutas, justificando a insuficiência de medidas cautelares”, completou o juiz Valdemir Ferreira Santos.

Condições de saúde dos investigados

As defesas de Lokinho, Brenda Raquel e Milena Pâmela haviam pedido a revogação da prisão temporária, assim como a de Yrla Lima. Os advogados dos três primeiros influenciadores também solicitaram a conversão da prisão temporária em domiciliar. No entanto, os pedidos foram rejeitados pela Justiça.

Para Brenda, que alegou ter feito uma cirurgia estética antes da prisão, o juiz determinou à Diretoria da Unidade de Administração Penitenciária (Duap) que avalie a suposta infecção causada no abdômen da investigada e confirme se há condições de tratamento no estabelecimento médico prisional.

Já nos casos de Milena Pâmela, que afirmou ter uma gravidez de alto risco, e Lokinho, que disse ter pressão alta, a Duap também deve avaliar as condições de saúde de ambos e, verificando gravidade, tratá-los na penitenciária.

Operação Jogo Sujo II

Influenciadores digitais foram presos na manhã de quarta-feira (9) durante a segunda fase da Operação Jogo Sujo, em Teresina, ação da Polícia Civil que visa reprimir a divulgação de jogos de azar ilegais na internet. A Polícia Militar divulgou uma nota sobre a prisão de dois policiais envolvidos (leia abaixo).

Oito pessoas foram presas: seis delas em cumprimento a mandados de prisão por crimes de estelionato, jogo de azar, induzir consumidor a erro, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os outros dois foram presos em flagrante. Sete foram presos em Teresina e um em um hotel de São Paulo.

Entre presos e alvos de busca, os investigados tiveram bens como dinheiro e veículos apreendidos. Além dos influenciadores presos temporariamente, o g1 confirmou que tiveram mandados cumpridos pela operação:

  • Antônio Robson da Silva Pontes (Robin da Carne) (foragido);
  • Raimundo Alves Torres (Cabo Jairo) (bens apreendidos);
  • Avelar dos Reis Mota (Sargento Mota)(busca na casa);
  • Maria Geiciely Viana Silva (Babados Teresina) (buscas na casa);
  • Jefferson Vitor Lemos Vieira (Teresina Fofoqueira) (buscas na casa);
  • Matheusinho;
  • Matheus Guerra da Silva;
  • João Vaz Neto;
  • Yasmin Sales Costa;

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI), os influenciadores digitais foram investigados pelos crimes de estelionato, jogo de azar, induzir consumidor ao erro, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

O delegado Alisson Landim, que presidiu a investigação, nas divulgações das plataformas de jogos, são usados métodos de enganar as pessoas, como vídeos de falsos ganhadores e de apostas vitoriosas falsas.

Por já possuírem um número elevado de seguidores nas redes sociais, esses influenciadores investigados foram agenciados pelas plataformas de apostas, que ofereciam o trabalho de divulgação, como fazem marcas comuns.

Durante a ação, a SSP-PI cumpriu oito mandados de prisão temporária e 22 de busca e apreensão nas cidades de Teresina, Timon (MA) e Caxias (MA). Os policiais apreenderam ainda armas de fogo, joias e carros de luxo, além de dinheiro vivo. A quantia em dinheiro apreendida com todos os investigados soma R$ 500 mil.

O delegado Humberto Mácola explicou que os investigados tinham outras atividades e fontes de renda, mas são incompatíveis com o patrimônio deles: carros caros, joias e casas luxuosas.

"Apesar de popular, destrói famílias, coloca pessoas diante da morte, do suicídio, pessoas venderam coisas, casas, objetos, para continuar esse jogo ilegal. Por mais que pareça uma coisa pequena, está sendo maléfica à sociedade piauiense, brasileira", comentou o delegado.

A operação foi deflagrada pela Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática (DRCI) e teve apoio da Superintendência de Operações Integradas (SOI), Força Estadual Integrada de Segurança Pública (Feisp) e Polícia Militar do Piauí (PMPI).

Leia abaixo a nota da Polícia Militar sobre a prisão dos dois policiais:

Nota à Imprensa

A Polícia Militar do Piauí informa que, na manhã desta quarta-feira (09), durante a Operação Jogo Sujo II, conduzida pela Polícia Civil do Piauí com apoio da Policia Militar, cinco influenciadores digitais foram presos e mandados de busca e apreensão foram realizados nos domicílios de dois policiais militares da PMPI.

Todo o processo com relação aos policiais militares alvos da ação, estão sendo acompanhados pela Corregedoria da Polícia Militar do Piauí, que segue adotando as devidas providências garantindo a transparência e legalidade das ações conjuntas.

A PMPI reafirma seu compromisso com a ética, transparência, cumprimento as leis, com justiça e a defesa da sociedade piauiense.

Teresina, 09 de Outubro de 2024

 

*Com informações do G1/PI

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