Um advogado, identificado apenas pelas iniciais D. P. S., foi preso, nesta terça-feira (22), em Teresina, durante a 2ª fase da Operação Fragmentado, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Piauí (MPPI) e da Polícia Civil do Piauí (PCPI).
O profissional é suspeito de colaborar com um esquema de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Segundo o Gaeco, ele foi contratado pelo alvo da 1ª fase da operação, Vagner da Silva Carvalho, e estava intermediando orientações de dentro do presídio para comparsas do preso em liberdade.
Com essas orientações, os criminosos deram continuidade ao esquema. Além de tráfico e lavagem de dinheiro, foi constatado ainda o crime de falsa identidade.
Conforme o Gaeco, advogados articularam para que a namorada de Vagner Carvalho se passasse, falsamente, por advogada para adentrar o sistema prisional do estado.
Durante a 2ª fase, foram cumpridos, ao todo, quatro mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva, sendo um destes contra o advogado. O outro alvo não foi informado pelo Gaeco.
A ação desta terça teve apoio operacional da Diretoria Especializada em Operações Policiais (DEOP), da Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) e do BOPE da Polícia Militar do Piauí (PMPI).
Relembre a 1ª fase
A investigação começou após a prisão de Vagner Carvalho, suspeito de porte ilegal de arma. Ele foi preso durante uma blitz, em março de 2024, em Teresina, e se identificou como Gustavo. Os policiais descobriram que ele também se apresentava com outros dois nomes: Felipe e Rafael.
"Ou seja, é um rapaz que se apresenta com vários nomes tanto para a Justiça, como a polícia e os outros traficantes; por isso o nome da operação [Fragmentado]", explicou o delegado Luciano Alcântara, Gaeco em entrevista na época da 1ª fase.
Por meio dele, o Gaeco descobriu o grupo criminoso e o esquema pelo qual as drogas chegavam ao Piauí. Vagner contava com duas pessoas, em Manaus, que repassavam os entorpecentes para o suspeito. A dupla também foi presa na 1ª fase da operação.
Segundo Luciano Alcântara, Vagner lavava o dinheiro do tráfico de drogas comprando imóveis e veículos em Teresina. Em menos de dois anos, o suspeito movimentou cerca de R$ 800 mil entre contas registradas nos nomes falsos que apresentava.
Um dos carregamentos de drogas, avaliado em R$ 300 mil, foi apreendido no Pará e desencadeou a 1ª fase da operação, que encontrou quase R$ 18 mil em espécie na casa de outro alvo.
Ao todo, 14 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão foram cumpridos no Piauí, Maranhão e Amazonas, com o apoio dos Gaecos dos Ministérios Públicos dos outros dois estados.
*Com informações do G1/PI
Mín. 21° Máx. 36°