A ponta do iceberg para a descoberta da fraude no vestibular de medicina, envolvendo mais de 63 pessoas, foram mensagens postadas no X (antigo Twitter). A investigação da Polícia Federal do Pará teve início após denúncias de que candidato, que deveria está fazendo a prova do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), estava na verdade postando mensagens na rede social no mesmo horário das provas em novembro de 2023.
Com os crimes, a PF já deflagrou quatro fases da operação “Passe Livre” e já identificou 63 pessoas, entre eles, estudantes piauienses que pagaram R$ 2 mil para passar no vestibular de medicina.
“O estudante Moises Oliveira Assunção compareceu ao município de Itupiranga/PA, mas não realizou as provas do ENEM 2023. E não teria como, pois no horário de realização do exame (entre as 13h30min e 18h30min), ele estava trocando mensagens de texto com a ex-namorada, bem como realizando postagens no aplicativo X”, revelou a PF.
“Fizemos uma verificação das informações e solicitamos dados do Inep e fizemos comparações e a perícia constatou que a prova e os dados são falsos, feitos por outra pessoa”, disse o delegado Regional Executivo da PF do Piauí, Ezequias Martins.
O estudante do Amapá (AP), André Rodrigues Ataíde, de 24 anos é o gerenciador das fraudes, segundo a investigação da PF.
O delegado Ezequias Martins informou que no aparelho celular de André foram localizados mais de 600 gigas de menagens, entre eles, como fotos, comprovação de pagamentos, vídeos.
“Encontramos no celular de André os mais diversos crimes”, disse o delegado.
De acordo com a PF, se confirmada a hipótese criminal, os envolvidos poderão responder pelos crimes de estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso, além de outros que possam ser identificados ao longo da investigação.
Piauiense investigada
A piauiense Jeovanna Gabryella Reges da Silva é uma das estudantes investigada pela PF. O relatório diz que “chama atenção” a quantidade de vezes que Jeovanna entrou em contato com o André Ataíde para fraudar vestibulares. Na investigação, é apontado que ela chegou a mudar a cor do cabelo para concluir a fraude dos vestibulares.
A reportagem tentou falar com as pessoas envolvidas nos crimes, mas não foram localizados e deixa espaço aberto para esclarecimentos.
*Com informações do Cidade Verde
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