A renomada arqueóloga Niède Guidon, considerada uma das mais importantes pesquisadoras da história do Brasil, faleceu na madrugada desta quarta-feira (4), aos 92 anos, em São Raimundo Nonato, no Sul do Piauí. A informação foi confirmada pela diretora do Parque Nacional da Serra da Capivara, Marian Rodrigues. "Partiu como um passarinho, tranquila", relatou a diretora. A causa da morte ainda será divulgada pela equipe médica.
Niède Guidon era pesquisadora, foi professora universitária e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, grande oficial da Ordem Nacional do Mérito Científico. Ela liderou escavações no Parque Nacional que comprovaram e mudaram o entendimento sobre a presença humana nas Américas.
A arqueóloga foi bastante influente na preservação do patrimônio cultural e natural do Brasil. Fundou o Museu do Homem Americano e foi a grande responsável por transformar a região da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato, em um dos mais importantes sítios arqueológicos do mundo.
Quem era Niède Guidon
Niède Guidon nasceu em Jaú, interior de São Paulo, filha de pai francês e mãe brasileira. Formou-se em história natural na Universidade de São Paulo em 1959. Estudou arqueologia em 1975, durante o doutorado na Sorbonne, em Paris, depois de “descobrir” as maravilhosas pinturas rupestres daquela terra seca do sul piauiense. Hoje, o parque soma 135 mil hectares nos municípios de Canto do Buriti, Coronel José Dias, São João do Piauí e São Raimundo Nonato, e concentra 1.354 sítios arqueológicos catalogados, sendo 183 preparados para a visitação turística. É a maior concentração de vestígios ancestrais do mundo, o que fez com que o parque fosse reconhecido como patrimônio cultural mundial da humanidade pela Unesco em 1991.
Mín. 18° Máx. 35°