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Há 20 anos, nos Estados Unidos, um grupo de pessoas diagnosticadas com a Síndrome de Asperger escolheu o 18 de junho para celebrar, pela primeira vez, o Dia do Orgulho Autista. De lá pra cá, a data foi abraçada por movimentos no mundo inteiro e é uma oportunidade para aumentar a conscientização sobre neurodiversidade, reivindicar direitos e diminuir a desinformação sobre transtornos do espectro autista.
Por aqui, o Movimento Orgulho Autista Brasil, MOAB, também comemora vinte anos de existência. Sua atuação já é referência para autistas e suas famílias; e sua presença é marcante no Congresso Nacional nas demandas por projetos e políticas públicas voltadas para os direitos dessa parcela da população.
Em um debate recente no Senado sobre o novo Plano Nacional de Educação, a vice-presidente do MOAB, Viviani Guimarães, enfatizou a importância de assegurar planejamentos individualizados para todos os estudantes que possuem necessidades específicas, incluindo autistas. Ela lembrou o Dia do Orgulho Autista como uma data para lutar contra o capacitismo, que é o preconceito que tenta inferiorizar pessoas com deficiência:
(Viviani Guimarães) "Sou mãe de uma pessoa com autismo e também de uma jovem com TDAH e foi por isso que eu entrei nessa luta pela inclusão. Nós comemoramos o Dia do Orgulho Autista, um dia extremamente importante para a gente pensar em como evitar o capacitismo e respeitar as pessoas pelo que elas são. Também o Movimento Orgulho Autista Brasil faz 20 anos. "
Também presente no debate sobre o novo Plano Nacional de Educação, a presidente da Associação Brasileira para Ação por Direitos das Pessoas Autistas, Jéssica Borges, anunciou a campanha 2025 da entidade, lançada neste Dia do Orgulho Autista:
(Jéssica Borges) "Em alusão ao Dia do Orgulho Autista, nós estamos lançando a campanha 'Sou Autista, Sou Defiça: acessibilidade é meu direito', que é um posicionamento político pelo reconhecimento do autismo enquanto deficiência; como, também, para reforçar que nós temos direito à acessibilidade em todas as suas esferas, mas para que essa discussão avance nós temos que garantir a participação plena dessas pessoas autistas, sem distinção, nos debates."
O Brasil possui 2,4 milhões de pessoas com Transtorno do Espectro Autista, de acordo com o Censo de 2022, o primeiro a incluir perguntas sobre o perfil dos autistas. Em sua maioria, essas pessoas são do sexo biológico masculino e vivem na região Sudeste, embora todas as regiões possuam cerca de 1,2% de sua população diagnosticada. A trajetória escolar está concentrada na Educação Básica, com percentual ainda baixo de pessoas autistas que avançam para o Ensino Médio.
Da Rádio Senado, Marcela Diniz.
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