O jornalista Francisco Fernando Campos foi preso na manhã dessa quinta-feira (26), no povoado Estaca Zero, na zona rural de Lagoinha do Piauí, suspeito de agredir violentamente a ex-companheira com uma garrafa de vidro e atear fogo no apartamento dela. O crime aconteceu no dia 2 de junho, na Zona Sul de Teresina.
A prisão foi realizada após uma operação conjunta envolvendo o Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), o Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), a Delegacia Seccional de Água Branca e o Núcleo de Inteligência de Parnaíba.
De acordo com a delegada Nathália Figueiredo, titular da Delegacia de Feminicídio, o jornalista tentou matar a ex-companheira e só não teve êxito graças à intervenção de um amigo da vítima, que entrou em luta corporal com ele. Após fugir do local, Fernando teria retornado para atear fogo no apartamento da mulher.
A vítima foi socorrida em estado grave, com lesões na cabeça e um punho quebrado, e precisou ser internada no Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde passou por cirurgia e já recebeu alta.
Confissão parcial e negação do incêndio
Durante o interrogatório, o jornalista negou ter agido com a intenção de matar, alegando que o episódio foi uma briga entre ele, a ex-companheira e um amigo dela. Segundo o delegado Genival Vilela, Fernando confessou parcialmente a agressão: “Ele admite ter puxado os cabelos dela, mas nega o uso intencional da garrafa e o incêndio, embora haja provas nos autos”, explicou.
À imprensa, o jornalista repetiu sua versão: “Foi uma briga corporal entre três pessoas. O cara era maior que eu. As pessoas se feriram, como eu também me feri. Não teve tentativa de feminicídio”, declarou.
Após prestar depoimento, ele foi encaminhado ao Instituto de Medicina Legal (IML) e, em seguida, à Central de Flagrantes de Teresina, onde aguardará audiência de custódia.
Histórico de violência
Segundo a delegada Nathália Figueiredo, Francisco Fernando já possuía um histórico de comportamento ciumento, agressivo e controlador, o que levou a ex-companheira a encerrar o relacionamento. Ele já havia sido preso em agosto de 2024 por descumprimento de medida protetiva contra outra mulher e responde a diversos boletins de ocorrência por violência doméstica.
A investigação também apurou que ele orientou funcionários do local onde trabalhava para dificultar o cumprimento de eventuais mandados judiciais, demonstrando que estava ciente da investigação em curso.
O caso segue em andamento, e o Ministério Público deverá acompanhar os desdobramentos para responsabilização criminal do acusado.
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