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Negligência em hospital de Prata do Piauí leva à morte de recém-nascido e causa revolta na população

Comunidade cobra investigação e melhorias na saúde pública após falha no atendimento a parto de alto risco

02/07/2025 às 10h10 Atualizada em 03/07/2025 às 10h33
Por: Redação
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Vista aérea de Prata do Piauí (Imagem: Reprodução)
Vista aérea de Prata do Piauí (Imagem: Reprodução)

PRATA DO PIAUÍ — A morte de um recém-nascido no hospital municipal de Prata do Piauí, ocorrida no último sábado, dia 28 de junho, gerou forte comoção e indignação entre moradores da cidade. O caso envolve denúncias de negligência médica, falta de estrutura e demora na transferência de uma gestante em gravidez de risco.

Segundo relatos de testemunhas, a mãe, de 22 anos e com mais de nove meses de gestação, foi internada na unidade de saúde local, mas não foi transferida a tempo para um centro com estrutura adequada. O parto foi realizado no próprio hospital, mesmo sem as condições apropriadas, resultando na morte do bebê, que nasceu em posição incorreta e não resistiu.

Ainda de acordo com os relatos, não havia ambulância disponível na cidade no momento do parto. Um veículo foi solicitado ao município vizinho de São Miguel da Baixa Grande, mas não chegou a tempo de prestar socorro.

Nota da Prefeitura é criticada por moradores

A Prefeitura de Prata divulgou uma nota técnica lamentando o ocorrido, mas o conteúdo foi duramente criticado por moradores, que consideraram o comunicado frio e evasivo. Para a população, a gestão municipal tenta transferir a responsabilidade aos profissionais de saúde, ignorando as falhas estruturais e administrativas da rede pública.

“Não se trata de política. Estamos falando de empatia e humanidade. O que aconteceu com essa criança e com sua mãe poderia ter acontecido com qualquer um de nós”, escreveu um morador nas redes sociais.

Segundo ele, casos semelhantes já ocorreram na cidade e a ausência de providências reforça a sensação de abandono da saúde pública em Prata do Piauí.

Prefeitura diz que abriu investigação

Na nota divulgada em 1º de julho, a Secretaria Municipal de Saúde informou que está realizando um levantamento detalhado do atendimento prestado, incluindo análise de prontuários, registros de plantão e condutas médicas. A pasta também prometeu revisar os protocolos de atendimento obstétrico e neonatal, e identificar todos os profissionais envolvidos.

Apesar das medidas anunciadas, o comunicado destacou que os atos clínicos são de responsabilidade individual dos profissionais, o que gerou ainda mais críticas da população, que esperava uma postura mais clara da administração municipal.

População exige mudanças

Moradores agora cobram investigações rigorosas e medidas urgentes para evitar que novas tragédias como essa se repitam. Para muitos, a morte do bebê representa mais um triste retrato das fragilidades da saúde pública em Prata do Piauí.

“Que a dor dessa mãe não seja em vão. Que esse trauma sirva para abrir os olhos das autoridades e da população. Não podemos naturalizar algo tão grave e doloroso como isso”, declarou outro cidadão.

Até o momento, além da nota técnica, a Prefeitura não se manifestou publicamente sobre o caso.

Nota de Esclarecimento publicada pela Prefeitura na íntegra:

A Prefeitura Municipal de Prata do Piauí, por meio da Secretaria Municipal de Saúde, diante do lamentável fato ocorrido no dia 28 de junho de 2025, na Unidade Mista Dr. Erlon Constantino de Aguiar, vem a público prestar os devidos esclarecimentos, reafirmando seu compromisso com a transparência, a ética e a responsabilidade na gestão da saúde pública municipal.

 Em primeiro lugar, manifestamos nossa profunda solidariedade à família enlutada, expressando respeito e pesar diante da irreparável perda.

Desde o ocorrido, a Secretaria Municipal de Saúde tem adotado providências imediatas, pautadas na responsabilidade, legalidade e respeito aos princípios éticos e administrativos, visando a apuração dos fatos e a melhoria contínua dos serviços ofertados à população.

Medidas que estão sendo adotadas:

                      Levantamento minucioso de todo o atendimento prestado à parturiente e ao recém-nascido, incluindo análise de prontuários, registros de plantão, condutas médicas e procedimentos realizados;

                      Identificação de todos os profissionais de saúde envolvidos direta ou indiretamente na assistência;

                      Adoção de providências para apurar as condutas profissionais, conforme os princípios do devido processo legal e da legislação vigente;

                      Revisão e reforço dos protocolos assistenciais e de segurança do paciente na rede municipal de saúde, com foco nos atendimentos obstétricos e neonatais;

                      Reforço das orientações às equipes de saúde, especialmente sobre triagem e classificação de risco na unidade hospitalar;

                      Fortalecimento do sistema de informação para padronização e otimização dos registros dos atendimentos realizados.

Importante esclarecer que a Secretaria Municipal de Saúde não detém responsabilidade direta sobre atos clínicos individuais praticados por profissionais de saúde, os quais, mesmo vinculados à rede pública, atuam sob responsabilidade técnica e legal própria, estando sujeitos à apuração pelos respectivos conselhos de classe e demais órgãos competentes.

A gestão municipal, por sua vez, segue cumprindo com suas obrigações institucionais, garantindo o adequado funcionamento da unidade hospitalar, o fornecimento de insumos e a disponibilidade de equipes assistenciais, conforme as normativas do Ministério da Saúde e da legislação vigente.

Reafirmamos, por fim, nosso compromisso com a apuração rigorosa e imparcial dos fatos, garantindo o direito à ampla defesa e ao contraditório aos envolvidos, ao mesmo tempo em que reiteramos nosso respeito à dor da família e à confiança da população de Prata do Piauí nos serviços de saúde.

Confiamos que, ao final dos procedimentos investigativos, os fatos serão devidamente esclarecidos e, se for o caso, as responsabilizações aplicadas com justiça e dentro dos marcos legais.

Prata do Piauí, 01 de julho de 2025.

Secretaria Municipal de Saúde

Prefeitura Municipal de Prata do Piauí

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